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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Trabalhando poesia - Mário Quintana

O AUTO-RETRATO




No retrato que me faço

- traço a traço -

às vezes me pinto nuvem,

às vezes me pinto árvore...



às vezes me pinto coisas

de que nem há mais lembrança...

ou coisas que não existem

mas que um dia existirão...



e, desta lida, em que busco

- pouco a pouco -

minha eterna semelhança,



no final, que restará?

Um desenho de criança...

Corrigido por um louco!



Mário Quintana


Esta poesia pode ser trabalhada em qualquer série, basta o professor adaptar a releitura para a linguagem da faixa etária de sua turma.


O professor deve focar o fato do poeta pintar seu auto-retrato de acordo como ele se sente no momento e não como algo imutável.

Por exemplo: Ao se pintar nuvem, ele poderia estar se sentindo livre, solto, podendo voar ao rumo do vento...

E depois ao se pintar árvore, podia estar se sentindo preso num só lugar, enraizado...mas ao mesmo tempo poderia estar se referindo a vida e aos frutos que poderia dar.

Professor, voe..use a sua criatividade e faça seus alunos viajarem com você, desenhando e pintando como eles estão se sentindo naquele momento.

Faça um varal para expor os desenhos.

Converse com os alunos sobre os motivos que o levaram a desenhar tal coisa .

Um professor atento e sensível pode sentir a alma do aluno.

Esse é um ótimo trabalho para detectar casos de BULLYING!